Estado do Livro: Bem conservado
Há livros que soam como sinos antigos: uma vibração que atravessa séculos, ergue pó de arquivos e reacende memórias. Esta obra percorre, pela primeira vez em Portugal, a longa respiração da fundição sineira — cruzando história, etnografia, arqueologia e a delicada arte de transformar bronze em voz.
Aqui, os gestos dos fundidores, os costumes do toque manual, a estética escondida nos campanários e o encanto das últimas oficinas portuguesas surgem como um património vivo, ameaçado mas luminoso. O achado extraordinário do sino de 1287, em Coruche, ergue-se como estrela guia: o mais antigo conhecido no território nacional, único no mundo nas condições em que foi encontrado.
É um livro que preserva, honra e dá corpo a uma actividade milenar que se equilibra entre o sagrado, o quotidiano e o desconhecido — como se cada página fosse o eco de metal que o tempo se recusa a silenciar.
Índíce
Apresentação
Agradecimentos
Conteúdos
Prefácio
Percurso de investigação
CAPÍTULO I
A fundição sineira: da História à investigação
Introdução
Fontes para o estudo da actividade sineira em Portugal
Síntese histórica
O bronze
O perfil
A asa
Os cordões
Os elementos gráficos
A inscrição
A técnica de modelação
A técnica de aplicação de elementos gráficos
A técnica de fusão do bronze
CAPÍTULO II
Sons do tempo: usos sociais e simbólicos do sino na cultura popular
Introdução
Cronologia e meteorologia
Interdições e práticas rituais
Sonoridade e memória colectiva
Metalurgia e ritual
Diferenciação social e codificação acústica
Sonoridade, territorialidade e identidade
CAPÍTULO III
Glossário terminológico elementar na fundição sineira
Introdução
Terminologia
CAPÍTULO IV
De campanis fundentis: a fundição de sinos na obra de Theophilus Lombardicus
Introdução
O autor e a obra
A caracterização do método de fundição de Theophilus Lombardicus
O torno de modelação
O molde
O fosso de fundição
O primeiro sistema de fundição
O cadinho
A fundição do bronze e a preparação do fosso
O enchimento do molde
O segundo sistema de fundição
O cadinho
A fundição do bronze e o enchimento do molde
A extracção do sino
O torno de limpeza e a limpeza do sino
CAPÍTULO V
A fábrica de sinos da Granja Nova, Tarouca
Introdução
A Granja Nova
A fábrica de sinos da Granja Nova
Origem, evolução e ocaso
Caracterização
O edifício
O forno
Os moldes
A utensilagem
Atitudes e comportamentos
Considerações finais
CAPÍTULO VI
A técnica artesanal de fundição de sinos em Portugal: as duas últimas fundições portuguesas
Introdução
As famílias Costa e Jerónimo
O molde
Os materiais
O barro
A cera
O processo de moldação
A cércea
O macho
O falso sino ou camisa
A capa
A asa
A fundição
A cova
O forno e o bronze
O vazamento
A desmoldagem e acabamento
As sinetas
CAPÍTULO VII
O fôsso de fundição sineira do século XIV no Mosteiro de São João de Tarouca
Introdução
Contexto arqueológico
Metodologia
Técnicas de escavação, registo e conservação
Técnicas de caracterização
Estudo material, formal e funcional do fosso de fundição
Estudo material, formal e funcional do cadinho de fundição
Estudo material, formal e funcional do molde de fundição
O macho
A capa
A moldação da asa
O bronze
Considerações finais
Considerações para a história da fundição sineira
Considerações para a história do Mosteiro de São João de Tarouca
CAPÍTULO VIII
O sino de 1287 da Igreja de São Pedro de Coruche
Introdução
Contexto arqueológico
As dimensões
O perfil
A asa
A inscrição
Elementos simbólicos
Os cordões
O bronze
Análise elementar e metalográfica
A técnica de fusão do bronze
A técnica de modelação
A técnica de aplicação de elementos gráficos
Bibliografia geral