Estado do Livro: Capa ligeiramente desgastada.
Há livros que são como brumas quentes sobre um rio distante: revelam devagar, mas deixam um rasto que nunca se apaga.
O Americano Tranquilo, de Graham Greene, ergue-se nesse limiar — entre o amor e a guerra, entre a inocência proclamada e a violência silenciosa.
No Vietname do início da intervenção americana, duas figuras cruzam destinos: um jornalista britânico que observa o mundo com um cansaço lúcido e um jovem americano idealista cuja tranquilidade guarda tempestades.
Não é um romance de batalhas, mas de almas: o território onde se medem o amor e a traição, a responsabilidade e a cegueira, a vida dos civis esmagada por decisões tomadas longe deles.
Greene escreve este choque de crenças como quem segura uma vela na escuridão, iluminando o que há de mais humano nos conflitos: a fragilidade dos afectos, o erro que se disfarça de boa intenção, o custo que poucos querem admitir.
Um livro que nos sussurra que, por vezes, a paz mais perigosa é aquela que chega com promessa de ordem.